segunda-feira, 13 de abril de 2015

O meu vizinho



Tenho um vizinho que quando sai de casa derrama o frasco de perfume pela cabeça abaixo, talvez seja para disfarçar o cheiro a cavalo. O aspeto do cabelo é sempre brilhante parece que foi lambido por uma vaca e o andar dele é de cowboy, dá-me a impressão que trás ovos no meio das pernas. Os tacões das texanas quando batem nos paralelos imitam na perfeição as castanholas. Não é por ser o meu vizinho, mas o tipo chama mesmo atenção com o seu "look country". Ninguém fica indiferente a uma figura destas! Camisa aos quadradinhos, calças de ganga com uma lavagem à prova de água e sabão. O seu cão, chama-se "locomotiva", um rafeiro lingrinhas, de rabo afiado e orelhas descaídas. Passa por nós com olhar desconfiado e rosna baixinho. Este é daqueles que morde pela calada! Aqui há dias, ouvi uns gritos na casa do vizinho, parece que lhe rebentou as águas, mas foi da panela de pressão. Felizmente, ninguém se magoou, o cão é que não pode ouvir um apito se não mija-se todo. O dono, o meu vizinho vai levar o "locomotiva" a um psiquiatra de animais. Acho que faz bem, afinal os animais são nossos amigos! Mas o que o meu vizinho precisava mesmo era de umas aulas básicas de culinária, para não abrir a panela de pressão sem tirar a válvula do ar. Ou aprender a fritar um ovo sem pegar fogo à cozinha inteira. Digam o que dizerem uma mulher faz muita falta numa casa!

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