terça-feira, 24 de maio de 2016

Eu quero orgulhar-me do meu País!

A população portuguesa está bastante envelhecida, onde nascem cada dia menos crianças. Os pais optam por ter um filho, no máximo dois e cada vez mais tarde. Isso deve-se a muitos fatores: entre eles o desemprego ou os empregos precários e mal pagos. Os horários de trabalho para muitos são longos e extenuantes, muitas vezes por turnos e rotativos que dificultam o acompanhamento da vida escolar e familiar dos seus filhos. O fato dos pais não poderem dar o básico para uma criança crescer saudável e feliz. Vivemos num país que não valoriza o conceito família e que ainda por cima marginaliza ou excluiu aqueles que sofrem de várias deficiências ou limitações. Todos somos seres humanos e merecemos ter uma vida digna, produtiva e feliz. Então as pessoas idosas são tratadas com total indiferença e descaso pela sociedade e pelas políticas deste país cada dia mais castradoras da dignidade humana. Um reformado que trabalhou uma vida inteira pode ganhar menos de duzentos euros por mês. E muitos deles gastam este dinheiro nas farmácias. Como vão pagar a renda, água, luz, comida, vestir-se, calçar-se e cuidar da sua saúde com esta miséria de reforma!?? Como pode uma nação permitir que estas injustiças aconteçam? Chegar ao ponto crítico e humilhante destes idosos morrerem de fome, frio ou por falta de medicação e de cuidados de saúde! Enquanto os ditos "espertos" conseguem sempre as melhores colocações e cargos em empresas conceituadas, porque têm boas "cunhas", ou seja são amigos ou familiares de pessoas influentes. E usufruem de um estilo de vida bem acima das suas capacidades monetárias, intelectuais e académicas. É urgente mudar as políticas deste país! Dar valor a quem merece e proteger a população mais pobre e envelhecida. Auxiliar as pessoas que precisam de cuidados especiais, criar postos de trabalho dignos e permanentes às famílias portuguesas, apoiando e incentivando a natalidade. Como querem que a economia cresça num país onde o desemprego é alarmante e onde não há perspetivas de um futuro melhor para a população? E a única solução ainda é emigrar! Não preciso ter grandes conhecimentos de economia para perceber que num país onde as pessoas não têm poder de compra, porque estão sem emprego levam as empresas às falências e aos despedimentos coletivos. Está na hora da viragem, Srs. políticos. Eu quero orgulhar-me do meu País!

terça-feira, 17 de maio de 2016

Eu também sofri bullying


No meu tempo de escola não se falava no termo bullying, mas ele já existia na sociedade e nas escolas principalmente. Eu própria sofri bastante bullying dos meus colegas. Era uma menina tímida, insegura, reservada, com problemas de visão e de fala. Quando entrei para a primeira classe não conseguia ver os números escritos no quadro de lousa. A minha professora apercebeu-se que o problema era da visão. Resultado, a professora falou com a minha mãe sobre as suas suspeitas e um dia apareci à escola com um óculos muito grossos, em que as lentes pareciam vidros de garrafa. Tinha uma miopia bastante elevada para a minha tenra idade. Lembro-me que para subir os degraus das escadas da escola tinha que me agarrar ao muro, tal era o efeito da graduação. No meu primeiro dia em que usei óculos entrei confiante na minha sala de aulas. Conhecia bem os meus colegas da minha classe, por isso não vi qualquer motivo para me preocupar. Mas ao contrário do que eu pensei fui tratada com crueldade pelos colegas e amigos da sala. Que riam compulsivamente e teciam comentários cruéis e maldosos sobre a minha pessoa. Mesmo com a reprovação da professora, os risos e caretas dissimulados continuavam. Na hora do recreio a reação foi muito pior, os alunos das outras turmas gozavam-me, empurravam-me e chamavam-me "caixa de óculos", "vidrinhos" ou "és mesmo feia!" Foi um dia muito complicado para mim. Quando cheguei a casa, banhada em lágrimas disse aos meus pais que não queria ir mais para a escola. Os meus pais convenceram-me que no outro dia seria bem melhor, mas nunca foi... Com o tempo, vamos criando uma capa de aparente indiferença que atenua um pouco o sofrimento. Como se os insultos, as ofensas e os risos maléficos não me pudessem atingir, porque simplesmente os ignorava ou fingia que não ouvia. Muitos outros episódios de bullying aconteceram comigo durante o meu trajecto académico. Mesmo no preparatório, era a vítima perfeita para alguns adolescentes problemáticos descarregarem a sua agressividade.  Hoje em dia, consigo analisar com clareza que muitos desses adolescentes que me batiam e ofendiam sem motivo aparente, eram provenientes de lares desequilibrados ou destruídos. A minha forma educada, reservada de ser em conjunto com os meus problemas visuais e linguísticos irritava-os profundamente. Como se eu estivesse a pedi-las, como eles mesmo diziam.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Como encontrar emprego aos quarenta anos

Caros patrões do Norte, porque não apostar numa Mulher como eu, inteligente, comunicativa, bem disposta, entre muitas outras qualidades, para ser vossa empregada!? Tenho quarenta e duas primaveras, mas ainda estou no auge da minha juventude tanto física como mental. Gosto muito da área comercial. Tenho alguma experiência no ramo. Adoro conversar com gente nova. Sou boa ouvinte e ainda por cima tenho uma memória de elefante. eh eh eh! Estou sempre com um sorriso nos lábios e disponível para ajudar os outros. Tenho um gosto bastante sofisticado e um sentido estético muito apurado. Depois da exaustiva lista de qualidades, só dignas de uma Anja. Quero dizer-vos que deviam apostar em pessoas como eu, aptas, competentes, criativas e dinâmicas. O 40 é apenas um número, não é nenhum drama ter quarenta anos! É um marco, uma conquista e as experiências de vida acumuladas são uma mais valia na vida profissional. É preciso mudar mentalidades, remar contra a maré e acreditar que vamos vencer a crise juntos! Os jovens também precisam de oportunidades e devem ser dadas. Mas não olhem para a nossa geração como "coitadinhos", porque ainda temos uma palavra a dizer! Rejeitam, milhares de vezes os nossos currículos por causa da nossa idade. Mas, esquecem-se das qualidades e competências que nós podemos oferecer às vossas empresas e que estão a desperdiçar. Além de negligenciarem os benefícios que a Segurança Social oferece a quem contrata pessoas da minha classe etária. Caros empregadores sejam inovadores, modernos, inteligentes e combatam a discriminação etária! Contratem os quarentões, os cinquentões e até os sexagenários! Entrevistem as pessoas e dêem-lhes a oportunidade de mostrar as suas capacidades. Aposto que vão ficar surpreendidos pela positiva!