sábado, 26 de maio de 2018

Eutanásia, um "bicho" de sete cabeças!

Caros leitores hoje quero expor a minha opinião sobre a eutanásia. Um tema tão controverso e polémico que divide a nossa sociedade. A mortalidade e o medo da morte fica a vida inteira latente e escondido no nosso inconsciente. Evita-se falar do assunto. Talvez, por isso a velhice tenha um estigma tão grande. Ninguém quer ser chamado de velho ou idoso. As rugas são escondidas ao máximo. Cirurgias plásticas, botox, suplementos alimentares abundam nas prateleiras das farmácias e nas lojas de produtos naturais. Cremes caríssimos que prometem prolongar ao máximo a beleza e a jovialidade da pele. A sociedade vive constantemente o culto da juventude eterna. A indústria farmacêutica prolifera graças ao nosso pânico de envelhecer. A Medicina e a Ciência procuram insistentemente o elixir da juventude. Já eu considero o envelhecimento um processo natural e irreversível de todos os seres vivos. Envelhecer para mim trouxe-me uma paz interior, uma sabedoria e um conhecimento profundo de mim mesma. Eu sou uma pessoa muito melhor do que era há vinte anos atrás. A maturidade presenteou-me com a sabedoria, a serenidade e a paz interior. A morte é uma consequência de estarmos vivos! É preciso aceitar isso com naturalidade! Tudo que nasce, um dia morre, inevitavelmente.
Sem dúvida que eu tenho mais receio do sofrimentos do que da morte, por isso sou a favor da eutanásia. Eu acredito que a eutanásia seja um direito fundamental do ser humano. A eutanásia terá sempre que ser a última opção e numa situação de doença terminal em que o doente expresse o seu desejo de ter uma morte assistida. Um doente que esteja no fim da vida, num sofrimento atroz e sem qualidade de vida merece o direito de ter uma morte digna. Por isso, o parecer do médico será na minha opinião fundamental em todo este processo. O doente ou a própria família terão que expressar o seu desejo em que a eutanásia seja concretizada e só depois o médico poderá avaliar a situação do doente. Se o caso for realmente irreversível, então o médico poderá ajudar o seu paciente a partir em paz e rodeado dos seus entes queridos. Eu vejo esse gesto como um ato de amor ao próximo. Respeito todas as opiniões, mas não concordo com aqueles que defendem que a lei da eutanásia sendo aprovada vai ser praticada indescriminávelmente ou até de uma forma corriqueira e sem regras.
Sim, eu sou a favor da Eutanásia, mas só em casos de doentes terminais que estejam em enorme sofrimento e que o médico considere que não há possibilidades de cura e nem de tratamento.