quinta-feira, 16 de julho de 2015

Uma tarde na praia





Esta semana decidi que ia passar uma tarde na praia. Fui munida de toda a artilharia pesada, nomeadamente: o guarda-sol, pára vento, toalhas, chapéus, chinelos, protector solar, água e fruta. Até parece que levei metade da casa para a praia! Os vizinhos deviam achar que eu estava de mudanças ou algo parecido. Sempre que eu vou passar um dia ou uma tarde, na praia a confusão é sempre igual. Carregar tudo para o carro, enfrentar o calor e a distância. Escolher o biquíni também é uma tarefa complicada, se levo o lilás, o rosa ou o laranja... Nunca sei qual deles me favorece mais. Ano passado, gostava mais de me ver com o lilás, agora o biquíni laranja com amarelo é tudo de bom! Enfim.... Mal estacionamos o carro, eu e a minha família tivemos que carregar novamente todos as nossos pertences e encontrar um bom lugar na praia para ficar. Depois é montar o guarda-sol, o pára vento e organizar toda a bagunça. Confesso que quando me deito, finalmente na toalha da praia, estou exausta e sem a mimina vontade de mexer nem uma palha! Preciso mais de meia hora deitada na areia e no silêncio para recuperar física e psicologicamente. Depois de uns bons goles de água mineral, já mais animada, levanto-me e rumo em direcção ao mar para experimentar a temperatura da água salgada, só molhando os pés :- Caramba, a água está gelada! Reclama ao meu lado, a senhora idosa de fato de banho azul marinho ao esposo. Eles não perdem tempo e regressam rapidamente aos seus pertences para esticarem-se novamente nas toalhas. Eu olho ao meu redor e sorridente digo à minha família: - Hoje parece que ninguém vai tomar banho! As zonas próximas a água estavam desertas, não se via nem mesmo um único homem com coragem para enfrentar as temperaturas baixas marítimas e dar um fantástico mergulho. Eu gostei do desafio e fui entrando aos poucos na água, o que me deixou quase com as pernas paralisadas pelo frio. Fiquei alguns minutos a molhar-me, aos poucos para me habituar à temperatura. Em menos de cinco minutos estava completamente imergida no mar só com a cabeça de fora. Confesso que não sei nadar, mas o facto de estar assim mergulhada numa poça de água salgada que se formou entre as rochas, é um enorme prazer para mim! Entro numa espécie de transe ou de meditação, observando os pequenos peixes que brincam entre as minhas mãos. Procuro desenterrar, delicadamente algumas pedras coloridas, búzios e conchas que ficaram escondidos na areia. Pareço mesmo uma criança explorando o fundo do mar. Não sinto que o tempo passou, não sinto que cresci, não sinto a água gelada, só sinto aquele prazeroso balançar das ondas que batem de mansinho no meu corpo. Sou invadida por aquela paz e harmonia com a natureza e fico profundamente relaxada, só apreciando o momento. Até porque a maré estava a ficar vazia nesse dia. Devo ter passado uma meia hora mergulhada na água e nas minhas memórias. E depois de muita persistência de um familiar, contrariada saio finalmente da água : - Vais ficar doente, vai ficar com uma valente constipação! Eu abanava a cabeça em sinal negativo. Há minha volta, os banhistas olhavam para mim incrédulos e abismados com a minha ousadia ou suposta loucura e eu simplesmente sorria. Como quem diz: - Não fiz nada de especial. A água está óptima! Não sabem o que perderam!

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